Desde 1989 se comemora aqui no Brasil todo dia 15 de abril o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi instituída por uma lei decretada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A efeméride é uma homenagem à data de nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881-07/07/1960), considerado “o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos”, que também foi o primeiro responsável pelo Serviço de Conservação de Solos americano. Além de 15 de abril, o solo também é comemorado em 22 de abril (Dia Internacional da Mãe Terra) e 5 de dezembro (Dia Mundial do Solo). 

Com essa data comemorativa, o MAPA busca aumentar os cuidados com o solo, seu uso e manejo, para que sejam mais sustentáveis. Apesar disso, a erosão do solo e sua degradação ainda aparecem entre os principais problemas ambientais. Isso pode levar a perdas relevantes da capacidade produtiva do solo, pode afetar a saúde dos rios, causando assoreamento e contaminação, e também degradar todos os ecossistemas.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os solos agrícolas do mundo todo vêm se degradando a uma taxa de 0,1% ao ano. O que aponta para perdas da ordem de cinco milhões de hectares de terras cultiváveis anualmente em função de práticas agrícolas prejudiciais, secas e também da pressão populacional. Ainda segundo a FAO, 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Além destes prejuízos, há também selamento da terra – que agrava as enchentes – e perda de fertilidade, menor captação de carbono da atmosfera, interferindo nas mudanças climáticas. Já com cuidados sustentáveis, o solo pode ajudar a diminuir as alterações climáticas, pelo sequestro de carbono e outros gases de efeito estufa.

Um solo também é considerado saudável e de alta fertilidade quando apresenta grande quantidade de nutrientes necessários para o desenvolvimento do cultivo de plantas, seja em lavouras, florestas ou pastagens. 

Para alguém mais distraído, o solo pode parecer distante das prioridades da população, especialmente a urbana. Mas o solo afeta diretamente a produção de alimentos. Não só isso, a água também precisa de um solo saudável, pois ele serve de filtro e reservatório dos nossos recursos hídricos.

Para quem depende dele diariamente para sua sobrevivência, os produtores rurais sabem muito bem o quanto é necessário preservar o solo. Mas essa é sem dúvida uma responsabilidade de toda sociedade.  E para conservar o solo é preciso manter suas características químicas, físicas e biológicas, garantindo o equilíbrio ou a recuperação do mesmo. 

Cuidados com o manejo ao cultivar a terra são indispensáveis, como: preparo adequado; irrigação controlada; rotação de culturas; adubação orgânica; controle de queimadas; conservar vegetação nativa e reflorestar. Essas são apenas algumas práticas agrícolas que garantem o manejo correto das terras cultiváveis, evitando a erosão. Além disso, cabe a quem trabalha o solo aproveitar ao máximo a terra por unidade de área plantada. O solo é o recurso mais importante de um país, já que ele fornece os recursos necessários para alimentar suas populações.

Um dos principais responsáveis por difundir os cuidados de conservação do solo são as políticas públicas, que podem ajudar o agronegócio e a sociedade a praticar seu uso consciente e sustentável.

Aqui no Entre Solos – Semeando Conexões, já falamos sobre a importância do solo como fonte de vida e riqueza da humanidade e também sobre o trabalho da agricultura regenerativa, que melhora as condições biológicas do solo. Confira.