Você já parou para pensar se o alimento que você consome é seguro? Talvez sem perceber, você sempre confiou em todos os envolvidos no cultivo, processamento, embalagem, distribuição e preparo de sua comida da maneira certa para que você possa apreciá-la sem risco de adoecer. E sua confiança pode ser justificada porque as pessoas envolvidas nesse processo – seja perto de sua casa ou do outro lado do mundo – seguiram práticas de manuseio seguro dos alimentos estabelecidas, que estão disponíveis de maneira transparente na forma de padrões.

Os padrões de segurança alimentar protegem a vida de muitas pessoas. Eles estabelecem os critérios que os alimentos devem atender para proteger os consumidores e estabelecer a confiança no produto. O conjunto de normas, diretrizes e códigos de conduta que contribuem para a segurança, qualidade e equidade deste comércio internacional de alimentos é conhecido como Codex Alimentarius, ele estabelece padrões alimentares internacionais desde 1963.

De acordo com o Ministério da Saúde, todos nós temos um papel a desempenhar, do campo à mesa, para garantir que os alimentos que comemos sejam seguros e não prejudiquem nossa saúde. A alimentação segura é essencial para promover a saúde do consumidor e acabar com a fome, o que abrange dois dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)  das Nações Unidas. 

Para nos conscientizar melhor sobre esse assunto, todo dia 7 de junho é celebrado O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos.  A data comemorativa foi criada por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2018, com o objetivo principal de chamar a atenção e inspirar ações para ajudar a prevenir, detectar e gerenciar riscos de origem alimentar, contribuindo com a saúde humana, prosperidade econômica, agricultura, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustentável. E neste ano, o tema adotado é “Os padrões alimentares salvam vidas”.

Quer saber mais sobre esse assunto? Continue conosco e conheça a importância dos padrões de segurança dos alimentos ao longo da cadeia de abastecimento alimentar e seu papel na redução de riscos de transmissão de doenças.

Os números preocupam e reforçam a necessidade de adotar padrões

De acordo com o Ministério da Saúde, existem mais de 250 tipos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) no mundo. Essas doenças podem ser causadas por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas intestinais oportunistas ou substâncias químicas.  

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO – sigla do inglês Pan American Health Organization), a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que todos os anos 600 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 1 em cada 10 pessoas no mundo, adoecem e 420.000 morrem devido às DTHA. Mas esse problema pode ser evitado com ações preventivas do campo à mesa.

Assim, fornecer alimentos mais seguros é um elemento essencial para permitir o desenvolvimento humano de longo prazo e um pré-requisito para alcançar os ODS. Para isso, o Ministério da Saúde alerta sobre ações prioritárias para a prevenção, controle e redução dos riscos e surtos dessas doenças, como práticas de higiene pessoal e coletiva e manejo adequado de alimentos para consumo.

Um sistema de gestão para seguir normas e padrões 

Todos os envolvidos na cadeia produtiva de alimentos têm a responsabilidade de gerenciar a segurança de seus produtos e o bem-estar de seus consumidores. Para isso existe a ISO 22000, um sistema de gestão de segurança de alimentos em nível global, que especifica os requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos, garantindo sua segurança. 

A ISO (sigla do inglês, International Organization for Standardization) é uma organização internacional não-governamental independente que reúne especialistas para compartilhar conhecimento e desenvolver padrões internacionais que apoiem a inovação e forneçam soluções para desafios globais. É possível adquirir a versão da norma ISO 22000:2019 em português acessando o site da ABNT.

No Brasil, um instrumento que nos assegura a qualidade dos produtos que compramos são os selos de certificação. Esses selos são uma forma de consentimento das entidades reguladoras indicando que aquele alimento é seguro ou cumpre propósitos sanitários e de qualidade. Assim, para que um produto tenha um certificado, a indústria precisa submetê-lo à análise rigorosa dessas entidades.

Promover a segurança dos alimentos faz toda a diferença

De acordo com PAHO, graças aos esforços dedicados de formuladores de políticas, autoridades da área de segurança dos alimentos, agricultores, empresários de alimentos, cozinheiros, cientistas, professores, estudantes e consumidores, a conscientização sobre segurança dos alimentos está aumentando. As quatro comemorações do Dia Mundial da Segurança dos Alimentos até ao momento registaram um aumento do número de atividades organizadas, bem como do seu impacto e grau de participação nas mesmas.

Em razão disso, para este ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disponibilizou um guia para que profissionais, empresas, instituições e o governo possam obter ideias sobre como participar desta data: A Guide to World Food Safety Day 2023. 

O guia também destaca a importância das normas para a segurança dos alimentos. As normas fornecem orientação sobre o manuseio higiênico de alimentos para produtores e processadores. Elas também definem os níveis máximos de aditivos, contaminantes, resíduos de pesticidas e medicamentos veterinários que podem ser consumidos com segurança por todos. Além disso, as normas especificam como os alimentos devem ser medidos, embalados e transportados para mantê-los seguros. Graças à aplicação de padrões sobre itens como nutrição e rotulagem de alérgenos, os consumidores podem saber se o alimento será bom para eles.