Para celebrar a profissão, o Dia do Trabalhador Rural, 25 de maio, lembra  a sua importância no cenário brasileiro. Sem estes trabalhadores e trabalhadoras, o mercado não seria o mesmo: muitos deles e delas, integrantes da agricultura familiar, representam o maior contingente dos estabelecimentos agrícolas do país, chegando a 77%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o setor representa 48% do valor da produção de café e banana, por exemplo.

Quando consideramos trabalhadores e trabalhadoras rurais que atuam não apenas na agricultura familiar, os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada(Cepea) revelam que existem mais de 18 milhões de pessoas que tiram sustento da terra. Em outras palavras, é esse montante de agricultores, agricultoras,  peões, peãs e toda a gente que lida no campo que semeia, maneja e colhe nossos alimentos.

Direitos trabalhistas e previdenciários: uma conquista que chegou mais tarde no campo

 E você já se perguntou se os trabalhadores rurais sempre foram valorizados da maneira que deveriam? Infelizmente, a resposta não é positiva. Afinal, os direitos trabalhistas e previdenciários de trabalhadores rurais só foram equiparados aos dos trabalhadores urbanos em 1988, com a Constituição da República. Antes disso, a categoria não tinha acesso à Previdência Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Além disso, as atividades rurais apresentam particularidades, o que demanda tratamento específico em algumas situações. É comum, por exemplo, o contrato por safra, que dura o período de plantio ou de colheita. Ao fim do prazo, o empregado recebe o saldo de salários, 13º e férias proporcionais.

Proteção e segurança são fundamentais para o trabalho no campo

Como em qualquer atividade, a organização, a higiene e a segurança são indispensáveis para a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, prevenindo contra os riscos ocupacionais, acidentes e promovendo qualidade de vida e bem-estar.

Desde 2005, a Norma Regulamentadora nº 31 (NR 31) exige a adoção das medidas de segurança adequadas para preservar a saúde e integridade física de quem lida com as atividades no campo. Esta norma estabelece regras mínimas de adequação para alojamentos, refeitórios, áreas de vivência, estruturas físicas (armazéns de produtos químicos, depósitos de embalagens vazias, pátio de lavagem de máquinas, oficinas, lavanderias, instalações industriais, etc.) Ela também estabelece regras relacionadas ao treinamento mínimo a ser oferecido ao trabalhador rural, dentre outras.

É preciso democratizar as tecnologias no campo

O dia 25 de maio traz visibilidade aos trabalhadores e às trabalhadoras rurais e nos permite enxergar que avançamos no reconhecimento desses profissionais. No entanto, ainda temos um longo caminho a percorrer.

Hoje em dia, a tecnologia é uma importante aliada dos trabalhadores rurais. Ela é capaz de oferecer maior conforto e segurança, além de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida.  A produtividade agrícola pode até ser triplicada com a ajuda da tecnologia, principalmente na safra de grãos. Alguns exemplos destas tecnologias incluem as sementes de melhor qualidade; os sistemas de cultivo sobre a palhada, conservando as propriedades do solo; o cultivo integrando florestas e apropecuária e as ferramentas de irrigação. Mas, precisamos democratizar a sua oferta e conhecimento para que todos os perfis de trabalhadores e trabalhadoras rurais se beneficiem.

Neste contexto, as ferramentas digitais também representam uma alternativa valiosa para a maior autonomia de quem vive da terra, principalmente nos processos de compra de insumos e venda de produtos. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 84% dos brasileiros já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola.