De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, morrem anualmente no mundo cerca de 300 mil crianças com doenças ligadas ao saneamento inadequado e à água que não é apropriada ao consumo.
Diante de tal realidade, torna-se ainda mais importante reforçar o Dia da Segurança Alimentar, que foi mundialmente festejado em 7 de junho, para chamar a atenção e inspirar ações de prevenção à falta de água e saneamento básico para todos.
Detectar e gerenciar riscos de origem alimentar, contribuindo para a segurança dos alimentos, saúde humana, prosperidade econômica, agricultura, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustentável são os alicerces do que se propõe os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), em especial o de número 6 – Água Potável e Saneamento, que determina que até 2030, deve-se melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
As doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA) são aquelas causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTHA no mundo, podendo ser causadas por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas intestinais oportunistas ou substâncias químicas.
Uma das ações prioritárias para a prevenção, controle e redução dos riscos e surtos de DTHA é o investimento público para melhoria da infraestrutura dos serviços de saneamento básico. Outras opções de prevenção incluem práticas de higiene pessoal e coletiva e manejo adequado de alimentos para consumo.
Para reverter o quadro, ministros de 57 países reuniram-se em Jacarta, na Indonésia, em maio deste ano, para discutir maneiras de priorizar o acesso à água e ao saneamento. O encontro foi organizado pela iniciativa Saneamento e Água para Todos do Unicef e focou também na pandemia de Covid-19, na crise climática e nos desafios da economia global, que têm ameaçado décadas de progresso ao desenvolvimento sustentável.
No evento, foi determinado que se todas as pessoas tiverem acesso à água e ao sabão, será possível gerar US$ 45 bilhões por ano para a economia, reduzindo a propagação de infecções como a Covid-19 em 20%. A iniciativa Saneamento e Água para todos revela ainda que 74% dos desastres naturais ocorridos entre 2001 e 2018 estavam relacionados à água, sendo que 40% da população global está “altamente vulnerável ao impacto da mudança climática”.
Em Jacarta, os ministros debateram evidências e ações necessárias que possam gerar e priorizar investimento nos setores da água e do saneamento, tendo como foco os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.