Devido à sua importância e extensão, a Amazônia desperta o interesse de muitas pessoas. Esse bioma abriga a maior floresta tropical do planeta, possui riqueza de recursos e vasta biodiversidade. Dela também faz parte a bacia amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, manifestando inclusive sua abundância de recursos hídricos.
Dia 5 de setembro é comemorado o dia da Amazônia. Data comemorativa instituída pela Lei nº 11.621, de 19 de dezembro de 2007 que tem como função conscientizar toda a sociedade a respeito dessa riqueza natural.
Com sua importância incalculável para a humanidade, a preocupação com a preservação da Amazônia é crescente. A exploração descontrolada dos seus recursos pode causar danos à fauna e à flora da região, às comunidades que dela dependem, aos agricultores e à toda sociedade, pois pode causar desequilíbrios e crises ambientais a nível global.
Um dos patrimônios naturais mais valiosos do planeta
A Amazônia corresponde a 49,29% do Brasil, integra oito estados do país e 125 unidades de conservação federal. Mas vale lembrar que ela não está presente apenas no território brasileiro, outros países da América do Sul também fazem parte desse rico bioma, como Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador.
A Amazônia também é uma importante fonte de biodiversidade, como o habitat de inúmeras espécies animais, vegetais e arbóreas, e como fonte de matérias-primas alimentares, florestais, medicinais e minerais. Nos rios amazônicos, que constituem a maior bacia hidrográfica do planeta, podem ser encontradas aproximadamente três mil espécies de peixes.
Além disso, as águas da Amazônia abrigam 10% da megafauna aquática mundial, incluindo golfinhos, peixes-boi, tartarugas, crocodilos, pirarucus e grandes bagres, vitais para as populações ribeirinhas. De acordo com a WWF (World Wildlife Fund), das 7 espécies de botos de água doce do planeta, a Amazônia agrega 4 delas.
Povos indígenas e comunidades tradicionais dependem da Amazônia para seu sustento
É essencial destacar também que a Amazônia abriga vários povos indígenas que dependem diretamente da floresta para a sua sobrevivência e sustento. Segundo a The Nature Conservancy (TNC), o ecossistema aquático da Amazônia fornece água e alimentos para 34 milhões de pessoas que vivem na região, incluindo 380 diferentes povos indígenas. Pelo menos 40% da bacia do Napo está em território Indígena de povos como Cofán, Siona-Secoya, Waorani, Zapara e Kichwas.
Além dos povos indígenas, há outras populações tradicionais que dependem diretamente do bioma, como quilombolas, ribeirinhos, pescadores, agricultores familiares e outros. De acordo com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), no bioma há particularidades na formação dessas comunidades, pois muitas delas reuniram índios, mestiços e brancos junto aos negros escravizados.
O ISPN destaca que essa diversidade étnica e populacional dialoga com o manejo sustentável para a conservação da biodiversidade da Amazônia. Esses povos encontram na caça, pesca e no extrativismo fonte de alimentação e renda, alinhando seu modo de vida aos conhecimentos tradicionais com a conservação do bioma.
Iniciativas para proteger a biodiversidade do bioma são necessárias
Algumas organizações e instituições atuam para proteger a Amazônia das inúmeras atividades predatórias como extrativismo ilegal da madeira, utilização dos recursos hídricos, mineração, obras de infraestrutura e desmatamento para conversão em áreas de agricultura e pastagem.
Segundo WWF-Brasil, dentre os temas atuais mais prioritários e urgentes, que afetam ou contribuem com a preservação da Amazônia e de seus habitantes estão: o manejo florestal e a valorização do uso das florestas; apoio às unidades de conservação (UCs); diversificação das fontes de energia para evitar impactos no bioma; planejamento e implantação de empreendimentos de forma mais criteriosa; aperfeiçoamento de tecnologia para monitorar o desmatamento; pagamentos por serviços ambientais (PSA) que buscam prioritariamente compensar financeiramente quem ajuda a conservar a natureza; luta para que a atividade de mineração seja mais consistente em termos socioambientais; aperfeiçoamento do setor da pecuária para que a atividade seja conduzida de forma responsável.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM) é responsável pelo monitoramento da biodiversidade aquática amazônica, executando avaliação do risco de extinção das espécies de peixes, empenho na recuperação de espécies ameaçadas no bioma, participação em projetos de pesquisas e a realização de ações de educação ambiental.
A TNC tem como uma de suas iniciativas proteger os recursos hídricos das bacias amazônicas por meio de estratégias conjuntas com os povos nativos. A ideia é promover o uso sustentável dos recursos naturais, por meio da pesca e aquicultura sustentáveis com espécies nativas, fortalecendo o controle e a gestão dos territórios, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, assim como as capacidades jurídicas desses povos desde o direito a consulta prévia para gestão de mineração, petróleo e infraestrutura. Outra estratégia da entidade é vincular grupos étnicos indígenas ao turismo, a partir de uma abordagem responsável e sustentável.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) também trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Eles têm como objetivo implementar iniciativas locais e influência em políticas públicas para impactar o desenvolvimento econômico, a igualdade social e a preservação do bioma, com o propósito de consolidar até 2035 um modelo de desenvolvimento tropical.
A preservação da Amazônia é necessária e traz benefícios para todos
A preservação da Amazônia é importante, por exemplo, para conservação do clima no planeta, principalmente para manter o equilíbrio ambiental e reciclar uma boa parte de carbono na atmosfera. Sendo assim, o desmatamento da Amazônia pode influenciar as mudanças climáticas mundiais. Isso se deve ao fato de que a Amazônia possui um papel fundamental no equilíbrio ambiental da Terra e uma influência direta sobre o regime de chuvas de toda a América Latina.
A restauração florestal é uma parte importante da solução global de mudanças climáticas, por representar uma das melhores alternativas para remover o dióxido de carbono da atmosfera. Além de regular o clima, outra questão importante é que a restauração de florestas pode recuperar a biodiversidade e controlar as erosões.
Além das medidas apontadas, outras são necessárias para a preservação da região amazônica como, políticas públicas para reduzir o desmatamento, aumento da fiscalização para diminuir as atividades ilegais, melhorar as práticas de trabalho para se conviver em harmonia com o ambiente e maior participação da população para cobrar políticas ambientais dos gestores.