Pesquisa recente mostrou que 40% dos brasileiros acham que combustível fóssil é energia limpa. São quatro a cada dez pessoas que não têm informação sobre um dos principais meios de produção de energia e causador de poluição.
O estudo internacional feito pela Climate Action Against Disinformation (Ação Contra Desinformação Climática, em tradução livre), e realizado em seis países, buscou mostrar o impacto provocado pelas notícias falsas sobre o meio ambiente que são compartilhadas principalmente através das redes sociais.
O dado dos 40% foi um dos resultados mais preocupantes com relação ao Brasil. Isso porque a ciência mostra que o combustível não é energia limpa, como é a principal responsável pela crise climática que ocorre em todo o mundo.
Além disso, a pesquisa mostrou elevada negação quanto à responsabilidade dos cidadãos sobre o meio ambiente. 44% dos brasileiros acreditam que as mudanças climáticas não são causadas pela atividade humana.
Vale ressaltar que a Organização das Nações Unidas afirma que “desde 1800 as atividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.”
A pesquisa aponta ainda que 15% dos brasileiros não acreditam que a produção de combustível fóssil pode causar problemas médicos a quem vive perto dos locais de extração. Porém, a ciência já mostra que este combustível pode impactar negativamente a saúde das pessoas.
De acordo com o Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, “Os altos preços dos combustíveis fósseis, a segurança energética e a urgência de enfrentar os dois desafios à saúde – poluição do ar e mudanças climáticas – ressaltam a necessidade premente de avançar mais rapidamente em direção a um mundo muito menos dependente de combustíveis fósseis.”
A publicação ocorreu em meio ao principal evento sobre o meio ambiente, a 27ª Conferência das Partes. Por conta da COP, o resultado da pesquisa foi entregue à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática.
Com quase três pontos percentuais de margem de erro, o estudo foi feito de maneira virtual entre os dias 18 e 21 de outubro e contou com o apoio do Brasil através do Observatório do Clima. Além dos brasileiros, australianos, indianos, alemães, britânicos e norte-americanos maiores de idade responderam aos questionamentos para a realização da pesquisa.