Uma parceria entre o Instituto Fórum do Futuro, a Embrapa Agroindústria Tropical e o Sebrae promove a exploração sustentável da cadeia produtiva do cajueiro em conjunto com ovinos e apicultura no Ceará. A iniciativa envolve o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e contempla ações que conectam o produtor a sua clientela, por meio da internet e das redes sociais, até a indústria, esclarecendo todas as etapas de produção. Tudo isso com o objetivo de agregar valor aos produtos.

O projeto já reuniu os municípios de Beberibe, Aracati, Fortim e Cascavel (CE), onde foi instalado o polo demonstrativo. A integração de culturas já foi comprovada como eficiente em outros estados e regiões. O principal objetivo, como em todos os sistemas ILPF, é aumentar a rentabilidade do produtor e utilizar da melhor maneira possível a terra. Se um pequeno produtor plantar só caju, vai ter uma fonte de renda durante o ano, a venda da polpa e da castanha. Já se aliar a cajucultura com a apicultura, também terá a renda de mel. Sem contar a criação de ovinos. Por que essas três culturas? Porque, segundo estudiosos da Embrapa, todas essas culturas podem ser desenvolvidas na mesma área.

O Projeto Biomas Tropicais reúne instituições de pesquisa com o objetivo de levar conhecimento e tecnologias ao setor produtivo. Segundo dados da Embrapa Agroindústria Tropical, o Brasil já foi responsável por 27% do volume comercializado de amêndoas de castanha de caju em todo o mundo. Mas, das mais de 30 empresas processadoras de castanhas, só quatro se mantêm produtivas devido à baixa oferta de matéria-prima local. As empresas produtoras tiveram que começar a importar a castanha in natura da África para reforçar seu estoque de matéria-prima, o que encareceu e inviabilizou a produção. Por isso, a proposta busca adotar tecnologias que possam ser incorporadas ao setor produtivo.

O projeto também tem por objetivo identificar inovação nos produtores locais, propondo formação e capacitação em novas tecnologias, além de grande investimento em pesquisa. Para isso, agricultores tiveram que abrir seus pomares à visitação dos técnicos para conhecer novos modelos de exploração da cultura.

O Biomas Tropicais tem outros pólos demonstrativos na Amazônia, na Caatinga e no Cerrado. Seu objetivo é reduzir a distância entre a produção científica e a realidade do setor produtivo.