Hoje, a mata atlântica possui apenas 7% da sua cobertura original, distribuídos em 17 estados. Apesar dos perigos que o bioma enfrenta, há muitas frutas nativas que poucos conhecem. E que correm risco de extinção.

Uma das mais conhecidas, apesar de não ser tão consumida, é o cambuci. Rico em vitamina C e excelente fonte de antioxidantes, ele é parente das mais populares goiaba e pitanga. O nome cambuci vem do tupi kamu’si, que significa vaso ou pote de argila, geralmente usado para armazenar água. Na mata, o cambuci costuma alimentar aves e roedores. Em geral, o fruto é encontrado curtido em cachaça, ou ainda como geleia, licor, compotas etc.

A região de Paranapiacaba, na Serra do Mar, é conhecida pelas cachaças feitas com cambuci – uma prática que remonta aos tempos coloniais. A fruta também já chegou a batizar um dos bairros da capital paulista pela quantidade de árvores presentes na região do Cambuci.
Outra fruta nativa da mata atlântica, essa bem menos conhecida que o cambuci, é a juçara, que vem da palmeira homônima. É considerada a “rainha da Mata Atlântica”, mas a extração ilegal do seu palmito a colocou no rol das espécies em risco de extinção.
Um olhar menos atento pode até confundir a juçara com o bem mais famoso e popular açaí, pois as frutinhas são bem parecidas, roxas, em formato de coquinho. Ela até vem sendo chamada de “açaí da Mata Atlântica”. E assim como o açaí, a juçara também vai bem em vitaminas e geléias e é muito rica em ferro.

A uvaia também é uma fruta pouco conhecida da Mata Atlântica e que pode ser extinta. Seu nome significa “fruta ácida” em tupi. Ela é parente da jabuticaba e da pitanga e é polinizada principalmente por abelhas. Muito perecível, seu transporte deve ser feito com cuidado para que a fruta não estrague. O uso da uvaia é mais comum em sucos, sorvetes e geleias.
Pra fechar, o araçá, também primo da goiaba, que surge na natureza em diversas cores: verde, vermelho, amarelo e roxo. Assim como a goiaba, os frutos possuem muitas sementes, mas são menores, de tamanho semelhante ao das jabuticabas. Rico em vitamina C, os araçás costumam ser agridoces, misturando acidez e doçura. Além da fruta, a árvore, muito comum nos pomares domésticos da região da Serra do Mar, também é procurada pela madeira e sua casca usada para curtir peles.