Alimentos

Alimentos / 28/11/2022

Certificação ajuda cafeicultores a garantirem qualidade

Com a busca cada vez maior por produtos saudáveis e corretos sob aspectos sociais e ambientais, os selos e certificados ganham relevância

Do plantio do café, passando pela produção e indo até o tipo de colheita dos grãos, todas as etapas que envolvem o cultivo do grão são importantes e essenciais para buscar a qualidade.

Uma das ferramentas mais eficientes no sentido de garantir a procedência e o procedimento correto do café (e de outros grãos, frutas etc) é a certificação.

Mas o que é certificação?

Ter um selo, que é a forma prática da certificação dos produtos feitos pela agropecuária, significa garantir para os consumidores e empresas compradoras a confiança, e legitimar os produtos. No cenário cafeeiro, esse reconhecimento ainda garante mais destaque nas áreas de sustentabilidade e manejo.

Se você já notou algum selo na embalagem do café que consome, você conhece a certificação. A certificação, entre outros atributos, permite que pequenos agricultores se incorporem com maior facilidade ao mercado de cafés diferenciados. Mas isso não vale só para pequenos empresários. Os grandes também se beneficiam dos selos para que possam atrair mais compradores internacionais e exportar seu produto com a garantia que a certificação proporciona.

No caso dos cafés orgânicos, por exemplo, quando são certificados, atraem empresas interessadas em atender aos consumidores mais exigentes. Atualmente, o segmento de cafés especiais representa em torno de 12% do mercado internacional. Os atributos de qualidade incluem características físicas, como origem, variedade, cor e tamanho, e também as condições da mão de obra que produz o café. 

Nos cafés certificados como orgânico e fair trade, além de atributos físicos, como aroma e sabor, também são considerados para a certificação o ambiente em que são cultivados e os aspectos sociais do trabalho dos cafeicultores. Também conhecidos como “cafés conscientes”, esses segmentos estão crescendo no mercado de especiais por causa do aumento da preocupação com os padrões de consumo, o que criou no público a preferência por bens produzidos de forma sustentável.

Categorias de certificação

Tipos de café Certificação
Café gourmet Grãos de café arábica de alta qualidade,  produto diferenciado, quase livre de defeitos. A produção de café gourmet tem sido incentivada pela Organização Internacional do Café (OIC).
Café de origem certificada Refere-se às regiões de origem dos plantios, uma vez que alguns dos atributos de qualidade do produto têm relação com a região onde a planta é cultivada. O monitoramento da produção é necessário para a rotulagem.
Café orgânico Desenvolvido sob as regras da produção orgânica. Isso significa que o café deve ser cultivado com fertilizantes orgânicos e o controle de pragas e doenças deve ser feito pelo controle biológico. Para ser rotulado como orgânico, tanto a produção como o processamento precisam ser monitorados por uma agência certificadora credenciada.
Café fair trade

Fonte: Abic

Leva em conta as condições sociais e ambientais sob as quais o café é cultivado. Observa-se uma disposição para pagar mais pelo café produzido por pequenos agricultores ou em sistemas de produção sombreados. O processamento também é monitorado, para garantir a presença dos atributos de qualidade desejados.

Principais selos 

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) criou em 1989 o Programa Permanente de Controle da Pureza do Café (PPCPC), uma espécie de autorregulamentação voluntária, em que as empresas associadas são fiscalizadas de acordo com as regras da proposta. Se todos os quesitos forem cumpridos, produtores de café e empresas recebem a autorização para utilizar o Selo de Pureza para comprovar a procedência de seus produtos. Isso significa que o grão com essa certificação não tem misturas ou adulterações e tem garantia de segurança alimentar. 

Outro selo que a Abic criou foi o do Programa de Qualidade do Café. Desde 2004, essa certificação aprova, por metodologia própria de análise sensorial, a qualidade do produto final e divide o café em quatro categorias: gourmet, superior, tradicional e extraforte. Aqueles classificados como gourmet são os de alta qualidade e recebem notas acima de 7,3  na Qualidade Global (sendo a máxima 10). O perfil sensorial desse café tem sabor e aroma muito suaves devido à seleção cuidadosa dos grãos. São produtos finos, raros e exclusivos. Também existem outras certificações que garantem e atestam a qualidade dos café, como Selo Cafés Do Brasil, Coffee Of The Year e Certificação 4C por exemplo. 

Brazilian Specialty Coffee Association (BSCA)

A certificação de qualidade dos cafés especiais da Brazilian Specialty Coffee Association (BSCA) é importante para quem é fã de cafés. Essa associação regulamenta os padrões dos melhores grãos no país. O selo oferecido pela BSCA possui numeração individual, além de ter um QR Code para consulta. Dessa forma, o consumidor consegue ter total rastreabilidade do produto. 

Selo Orgânico, Rainforest Alliance e UTZ

O selo Orgânico é oferecido para as produções que utilizam manejo livre de qualquer tipo de agrotóxico, adubo químico, radiação ou modificação genética. A certificação é realizada por certificadoras que precisam estar devidamente credenciadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). 

Outra certificação internacional, resultado da fusão de dois grandes selos: UTZ e Rainforest Alliance, surgiu em 2018 da união das associações com o objetivo de gerar um novo protocolo global que tivesse maior impacto social, ambiental e econômico. Foi assim que fazendeiros e produtores conseguiram uma estrutura ainda mais aprimorada para melhorar seus meios de produção, protegendo as vegetações locais. 

Indicação de Procedência 

A Indicação de Procedência (IP) é oferecida de acordo com o território da plantação cafeeira. Geralmente, esse selo está nos principais estados produtores de café do Brasil ou que têm tradição nessa área. O Brasil possui quatro regiões classificadas com Indicação de Procedência: Alta Mogiana e Região de Pinhal em São Paulo, Oeste da Bahia e Norte Pioneiro do Paraná. Essa certificação agrega valor e inibe o uso indevido do nome da região. Para ter essa licença e poder utilizar os selos na embalagem, o produtor precisa cumprir todas as competências das associações integradas à certificação, como pontuação mínima de cafés especiais e responsabilidade socioambiental.

Denominação de Origem 

O selo de Denominação de Origem é oferecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Essa certificação é uma transição da Indicação de Procedência, atestando produtos que têm normas e controles mais específicos de determinada região, que resulta em um cultivo de características exclusivas. 

Sendo assim, esse selo tem como objetivo valorizar a produção de uma localidade e suas especificidades. Os fatores levados em consideração são os naturais, como clima, solo, relevo, altitude, e também os tecnológicos e humanos. Para receber essa certificação, o produtor de café precisa seguir critérios de identidade, qualidade e rastreabilidade. Hoje no Brasil, apenas o Cerrado Mineiro e a Mantiqueira de Minas são certificadas com o selo de Denominação de Origem.

Principais fontes

Principais fontes:
https://www.abic.com.br/certificacoes/
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/conheca-as-categorias-de-certificacao-do-cafe,611b9e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD
https://www.mokaclube.com.br/blog/certificacao-de-cafes/
Foto: Pexels

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