Energia

Energia / 07/02/2023

Cana-de-açúcar e o mercado de biocombustíveis no Brasil

O papel da cana-de-açúcar na produção de fontes de energia limpa e renovável

Não é de hoje que o Brasil adota biocombustíveis como forma de redução da dependência de combustíveis fósseis. Eles são realidade no país há mais de 30 anos, e o principal deles é o etanol. 

Sua importância é tamanha que é considerado grande aliado do meio ambiente, por representar fonte de energia limpa e renovável, já que é produzido, principalmente, a partir da biomassa de cana-de-açúcar. O etanol pode ser usado puro (etanol hidratado) ou misturado à gasolina (etanol anidro) e contribui significativamente para a melhoria da qualidade do ar com a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa.

Com essa solução adotada pelo Brasil desde a década de 70, hoje, podemos considerar que somos o país com a maior experiência no setor de biocombustíveis do mundo.

Participação do Brasil na produção e adoção de biocombustíveis 

Somos o segundo maior produtor mundial de etanol, sendo os Estados Unidos o primeiro. O Brasil tem a participação global de 27,5%, quase que totalmente a partir da cana-de-açúcar, embora a produção de etanol a partir do milho também tenha avançado nas últimas safras. Já os Estados Unidos é responsável por 54,9% desse mercado tanto na produção como no consumo e na exportação.  

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE – 2022) a contribuição do Brasil com uma matriz energética limpa e de baixo carbono, muito se deve ao uso de fontes de energia renováveis como hidrelétrica e biocombustíveis. Juntas correspondem a mais de 40% do total de fornecimento primário de energia no país, uma das parcelas mais altas do mundo. Como resultado, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da geração e uso de energia são relativamente baixas em comparação aos países da OCDE.

Biocombustíveis e o seu papel nas ações contra mudanças climáticas

As mudanças climáticas têm colocado em debate a necessidade de ajuste na matriz energética global. A partir do Acordo de Paris em 2015, os países se comprometeram a reduzir as emissões de carbono, um dos GEE, como forma de minimizar os problemas relacionados ao aquecimento global. Esse compromisso se mostrou mais desafiador quando em 2021, durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Mudança Climática, a COP26, vários países se comprometeram a zerar o uso de carvão até 2040.

Hoje conhecemos o papel fundamental que os biocombustíveis apresentam nessas ações. O etanol tem representado um dos caminhos tecnológicos para uma nova era mais sustentável, já que é o biocombustível com a menor pegada de carbono do mundo. Fato que se alinha com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 13 (ODS 13), que visa adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. 

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), desde o lançamento dos carros flex em 2003 a dezembro de 2021, o uso de etanol no Brasil evitou que mais de quase 600 milhões de toneladas de CO2 fossem lançadas na atmosfera. 

Além desses biocombustíveis que emitem menor quantidade de GEE, eles são biodegradáveis, atóxicos e praticamente livres de enxofre e compostos aromáticos, sendo considerados ecológicos, alinhando-se também com o ODS 7, que é garantir o acesso à energia limpa.

O Brasil já possui um programa de descarbonização lançado pelo governo federal em 2016, o RenovaBio, que reconhece o papel dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. O programa contribui com a segurança energética do país e com a mitigação de emissões de GEE no setor de combustíveis.

A participação da cana-de-açúcar no mercado de biocombustíveis

O levantamento de 27 de dezembro de 2022 da CONAB referente a safra 2022/23 da cana-de-açúcar estimou uma produção de 598,3 milhões de toneladas no Brasil, um crescimento de 4,5% sobre o levantamento anterior.  Nesse cenário, a estimativa da produção de etanol a partir da cana é de 26,6 bilhões de litros, um panorama que tende a dobrar até 2032. 

O relatório de Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – Cenários de oferta de etanol e demanda de Ciclo Otto 2023-2032 -, mostra a importância do setor, o que pode contribuir para alcance de mais políticas públicas direcionadas ao mercado de biocombustíveis e ao atendimento dos compromissos internacionais do Brasil no âmbito do Acordo de Paris. Segundo o relatório, como resultado dessas projeções, verificou-se que os volumes da oferta de etanol em 2032 poderão variar entre 40,7 e 52,9 bilhões de litros. 

O estudo evidencia que a contribuição da biomassa de cana para o cenário energético nacional poderá se tornar ainda mais relevante, sendo importante um planejamento energético do país nos próximos anos.

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